terça-feira, 2 de junho de 2009

Desapego faz bem!


Como boa canceriana que sou, me apego a todos os objetos, não pelo valor material dos mesmos, mas sim pelo valor sentimental. Tenho pequenas (ok, algumas não são tão pequenas assim) coisas que me lembram momentos de felicidade ou de tristeza, e ao pegá-las consigo ouvir vozes e até mesmo sentir o cheiro de fatos passados.
Ocorre que vivi um período como cigana, consegui a proeza de mudar de casa 6 vezes em aproximados 15 meses, sendo que por 3 vezes mudei também de país. E cada mudança foi precedida daquela faxina, mesmo porque quando se muda de país nem tudo cabe na mala, e ai a canceriana aqui teve que escolher entre quais memórias manter ... na hora dói horrores, muitas coisas doei/vendi/joguei fora com lágrimas nos olhos, mas no final a sensação de limpeza da alma superou tudo.
Recebi hoje de minha mãe (que me conhece melhor que ninguém) o texto da Martha Medeiros que segue, e resolvi postá-lo junto com uma frase de Antoine de Saint-Exupéry. Espero que gostem!


**Vende-se Tudo ***
***Martha Medeiros ***

No mural do colégio da minha filha encontrei um cartaz escrito por uma mãe, avisando que estava vendendo tudo o que ela tinha em casa, pois a família voltaria a morar nos Estados Unidos.
O cartaz dava o endereço do bazar e o horário de atendimento. Uma outra mãe, ao meu lado, comentou:
- Que coisa triste ter que vender tudo que se tem.
- Não é não, respondi, já passei por isso e é uma lição de vida.

Morei uma época no Chile e, na hora de voltar ao Brasil, trouxe comigo apenas umas poucas gravuras, uns livros e uns tapetes. O resto vendi tudo, e por tudo entenda-se: fogão, camas, louça, liquidificador, sala de jantar, aparelho de som, tudo o que compõe uma casa.
Como eu não conhecia muita gente na cidade, meu marido anunciou o bazar no seu local de trabalho e esperamos sentados que alguém aparecesse. Sentados no chão. O sofá foi o primeiro que se foi. Às vezes o interfone tocava às 11 da noite e era alguém que tinha ouvido comentar que ali estava se vendendo uma estante.
Eu convidava pra subir e em dez minutos negociávamos um belo desconto. Além disso, eu sempre dava um abridor de vinho ou um saleiro de brinde, e lá se iam meus móveis e minhas bugigangas. Um troço maluco: estranhos entravam na minha casa e desfalcavam o meu lar, que a cada dia ficava mais nu, mais sem alma.

No penúltimo dia, ficamos só com o colchão no chão, a geladeira e a tevê. No último, só com o colchão, que o zelador comprou e, compreensivo, topou esperar a gente ir embora antes de buscar. Ganhou de brinde os travesseiros..

Guardo esses últimos dias no Chile como o momento da minha vida em que aprendi a irrelevância de quase tudo o que é material. Nunca mais me apeguei a nada que não tivesse valor afetivo. Deixei de lado o zelo excessivo por coisas que foram feitas apenas para se usar, e não para se amar.

Hoje me desfaço com facilidade de objetos, enquanto que se torna cada vez mais difícil me afastar de pessoas que são ou foram importantes, não importa o tempo que estiveram presentes na minha vida...

Desejo para essa mulher que está vendendo suas coisas para voltar aos Estados Unidos a mesma emoção que tive na minha última noite no Chile. Dormimos no mesmo colchão, eu, meu marido e minha filha, que na época tinha 2 anos de idade. As roupas já estavam guardadas nas malas. Fazia muito frio.
Ao acordarmos, uma vizinha simpática nos ofereceu o café da manhã, já que não tínhamos nem uma xícara em casa.

Fomos embora carregando apenas o que havíamos vivido, levando as emoções todas: nenhuma recordação foi vendida ou entregue como brinde. Não pagamos excesso de bagagem e chegamos aqui com outro tipo de leveza.


"Desta vida nada se leva, a não ser a vida que se leva, só se deixa... Então deixo o meu melhor. Meu melhor sorriso,meu maior abraço, minha melhor história, minha melhor intenção, toda minha compreensão.E do meu amor, a maior porção.Só quero ficar na memória de alguém como outro alguém do bem". (Antoine de Saint-Exupéry)

2 comentários:

Analuz disse...

Juuuu,tá lindo o blog,hein?Adoreiiiii!!mt fofinho!
Eu que já não gosto mt de astrologia,numerologia,logia isso,akilo... (rs...)comecei a ler o texto do dia de canceriana típica e fui buscar tua tradução em teu número da sorte:8!
Confira:
Seu desafio é saber usar o poder e a autoridade que lhe são naturais. Você é um empreendedor, ambicioso, eficiente, com grande capacidade de planejar, organizar e administrar. Você sabe tomar decisões e resolver problemas. Tem muita coragem, é ambicioso, gosta das coisas boas da vida.
Fixa determinados objetivos sempre grandiosos e tem grande energia para realizá-los. Gosta de competir, de mostrar o seu poder, e suas aquisições. Quando criança já mostrava suas habilidades fazendo transações comerciais, lidando com dinheiro. Sua grande disposição e vitalidade também podem ser vistas na prática de esportes. O estress e a pressão alimentam seu dinamismo físico e mental. Para que esse desafio seja bem vivenciado você tem que aprender a confiar em si mesmo, a descobrir as suas habilidades e acreditar no seu potencial. Você vai perceber então que é uma pessoa bastante realizadora, responsável, que é capaz de assumir a liderança e de se envolver com grandes e audaciosos projetos e empreendimentos. Porém é preciso estar atento: um desafio 8 não significa ter facilidade em ganhar dinheiro.

Nos aspectos negativos ....ah qto a isso,vamos deixar guardadinho nos mistérios do "8" ne???rs..
bjkasss ju,
espero que tenha gostado!

Jou Jou Balangandã disse...

Ameiiii! Amiga, bem que vc falou ... faltava só dizer quantos TRT´s vão me chamar, hein?